Em 15 de maio de 1857, Pescaria Brava se transformou num dos primeiros distritos criados pela Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina, por meio da Resolução nº 437. Foi elevada à categoria de Freguesia, a menor divisão administrativa, sendo denominada Freguesia de Bom Jesus do Socorro.
Já a ideia de emancipação, primeiramente, nasceu da mente e do trabalho de Enaldo Cardozo de Souza, escrivão de Cartório, que dizia que sempre que foi sonho de seu pai ver Pescaria Brava emancipada.
A Comissão Emancipacionista formada no dia 11 de fevereiro de 1995, era composta por 11 membros, tendo como presidente Enaldo, o mentor da ideia. No dia 29 de março do mesmo ano, foi enviado à Assembleia Legislativa, o pedido de emancipação. Desta forma, a Comissão foi credenciada.
Depois de muito trabalho, enfim, no dia 17 de dezembro de 1995, aconteceu o tão esperado plebiscito, no qual a maioria optou pelo sim, porém, já que o voto não era obrigatório houve falta de coro e Pescaria Brava não se tornou município.
Alguns anos mais tarde, uma nova comissão emancipacionista, que tinha como presidente da comissão, Antônio Avelino Honorato Filho, se formou com o intuito de tentar elevar o distrito de Pescaria Brava, à categoria de município.
Após muitos esforços, a comissão conseguiu marcar novo plebiscito para o dia 29 de junho de 2003, e desta vez atingiu sua meta. Poucos dias depois, foi assinada pelo Governador do Estado a Lei 12.690/03, criando no dia 25 de outubro do mesmo ano, o mais novo município de Santa Catarina.
Mas os problemas não pararam por aí. O procurador-geral da República, Cláudio Fontelles, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Lei 12.690/03 de Santa Catarina, declarando que, a lei contraria o artigo 18, parágrafo 4º da Constituição Federal.
Segundo Fontelles, a criação de municípios deve ser feita com base em certos requisitos constantes em uma Lei Complementar Federal, que ainda não tinha sido promulgada. Porém, em 24 de agosto de 2009, a Ação Direta de Inconstitucionalidade, foi arquivada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio de Mello, derrubando assim, a última barreira que impedia a emancipação de Pescaria Brava.
Logo após o fato, o governador Luiz Henrique da Silveira encaminhou ofício ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), solicitando a realização de eleições, no qual aconteceu em 2012, tendo como primeiro prefeito, quem também, muito lutou pela emancipação, Antônio Avelino Honorato Filho e vice-prefeito, Enaldo Cardozo de Souza.
Vale ressaltar que, o mais novo município catarinense, Pescaria Brava, é considerado um dos povoados mais antigos do estado. Segundo historiadores, sua colonização ocorreu há mais de 300 anos, com a chegada de imigrantes portugueses à região.