Semana da Tuberculose e da Hanseníase

A Vigilância Epidemiológica reuniu as agentes comunitárias e o corpo de enfermagem do município de Pescaria Brava para abordar informações sobre a Tuberculose e a Hanseníase. Responsável pela palestra estava a Enfermeira Rachel, da Regional de Laguna. (Fonte: Enf. Cristiane Jeremias)

“A hanseníase e a tuberculose são doenças infecciosas causadas por bactérias transmitidas pela via respiratória. Apesar de curáveis, elas constituem grave problema de saúde pública no país, em razão do número de infectados. Muitas pessoas desconhecem que são portadoras dos bacilos transmissores e acabam disseminando a enfermidade. Outras vezes, por se considerarem curados, os doentes abandonam o tratamento.” (Fonte: Senado Federal)

No intuito de aproximar da comunidade as informações sobre Tuberculose e Hanseníase, trazemos alguns dados sobre o que é a doença, transmissão, sintomas, tratamento e vacinas. Todas estas informações estão no portal da saúde do Governo Federal e em cartilhas que estão disponíveis nas unidades de saúde.

Sobre a Tuberculose

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. A apresentação pulmonar, além de ser mais freqüente, é também a mais relevante para a saúde pública, pois é a principal responsável pela transmissão da doença.

Modo de transmissão

A tuberculose é uma doença de transmissão aérea. Ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas dos bacilos de contágio. Estes bacilos se depositam em roupas, lençóis copos.

Período de incubação

O risco de adoecimento é maios nos primeiros dois anos após a primeira infecção. Uma vez infectada a pessoa pode adoecer em qualquer momento da sua vida.

Período de transmissibilidade

A transmissão é plena enquanto o indivíduo estiver eliminando bacilos. Com o início da terapia adequada, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a níveis insignificantes.

Sinais e sintomas

O principal sintoma é a tosse (seca ou produtiva). Por isso, recomenda-se que toda pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigada. Há outros sintomas como: febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço/fadiga.

O diagnóstico clínico pode ser considerado na impossibilidade de se comprovar a suspeita por meio de exames laboratoriais (bacteriológicos). Nesses casos, deve ser associado aos sinais e sintomas, o resultado de outros exames complementares (imagem, histológicos, entre outros).

Considerando que há maior risco de adoecimento por tuberculose entre as populações mais vulneráveis, para esses grupos o Programa Nacional de Controle da Tuberculose recomenda investigar a tuberculose utilizando pontos de corte diferenciados quanto à tosse, conforme o quadro abaixo:

 Populações mais vulneráveis

Tempo de tosse

Privados de liberdade

Duas semanas ou mais

Pessoas que vivem com HIV/aids

Independentemente do tempo

Pessoas em situação de rua

Indígenas

Tratamento

O tratamento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde e dura no mínimo seis meses. Nesse período o estabelecimento de vínculo entre profissional de saúde e usuário é fundamental para que haja adesão do paciente ao tratamento e assim reduza as chances de abandono para se alcançar a cura.

O paciente deve ser orientado, de forma clara, quanto às características da tuberculose e do tratamento a que será submetido: medicamentos, duração e regime de tratamento, benefícios do uso regular dos medicamentos, possíveis de conseqüências do uso irregular dos mesmos e eventos adversos. Logo nas primeiras semanas de tratamento o paciente se sente melhor e, por isso, precisa ser orientado pelo profissional de saúde a realizar o tratamento até o final, independente da melhora dos sintomas.

É importante lembrar que tratamento irregular pode complicar a doença e resultar resistência dos bacilos.

Vacinação

Para prevenir a doença é necessário imunizar as crianças ao nascer, ou, no máximo, até 04 anos, 11 meses e 29 dias com a vacina BCG, a qual protege a criança das formas mais graves, como a tuberculose miliar e a meníngea.

A vacina está disponível gratuitamente, nas salas de vacinação das redes de serviços do Sistema Único de Saúde incluindo maternidades.

Populações mais vulneráveis

Além dos fatores relacionados ao sistema imunológico de cada pessoa, o adoecimento por tuberculose, muitas vezes está ligado à pobreza e à má distribuição de renda. Assim, alguns grupos populacionais possuem maior vulnerabilidade devido às condições de saúde e de vida a que estão expostos.

Fonte: Portal de Saúde do Governo Federal.

Sobre a Hanseníase

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo principal agente etiológico é o  Mycobacterium leprae (M. Leprae). Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, no en­tanto poucos adoecem. A doença atinge pele e nervos periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas.

Modo de transmissão

A hanseníase é transmitida principalmente pelas vias respiratórias superiores de pacientes multibacilares não tratados, sendo, também, o trato respiratório a mais provável via de entrada da bactéria.

Período de incubação

A hanseníase apresenta longo período de incubação. Em média, a incubação dura de 2 a 7 anos, porém há exceções. 

Período de transmissibilidade

Os doentes com poucos bacilos não são considerados como fonte de transmissão da doença devido à baixa carga. Os pacientes multibacilares, no entanto, constituem o grupo contagiante, assim se mantendo como fonte de infecção, enquanto o tratamento específico não for iniciado.

Suscetibilidade e imunidade

Como em outras doenças infecciosas, a conversão de infecção em doença depende de interações entre fatores individuais do hospedeiro, ambientais e do próprio agente. Mas na hanseníase o estado de infecção ainda não foi claramente estabelecido.

Devido ao longo período de incubação, a hanseníase é menos freqüente em menores de 15 anos, contudo, em áreas mais endêmicas a exposição precoce, em focos domiciliares, aumenta a incidência de casos nessa faixa etária. Embora acometa ambos os sexos, observa-se predominância do sexo masculino.

Tratamento

O tratamento específico da hanseníase, recomendado pela Organização Mundial de Saúde – OMS e preconizado pelo Ministério da Saúde do Brasil é a poliquimioterapia – PQT, uma associação de Rifampicina, Dapsona e Clofazimina. Essa associação evita a resistência medicamentosa do bacilo que ocorre, com freqüência, quando se utiliza apenas um medicamento, impossibilitando a cura da doença. 

A informação sobre a classificação operacional do doente é fundamental para se selecionar o esquema de tratamento adequado ao seu caso.

Para crianças com hanseníase, a dose dos medicamentos do esquema padrão é ajustada de acordo com a idade e peso.

Já no caso de pessoas com intolerância a um dos medicamentos do esquema padrão, são indicados esquemas substitutivos.

A alta por cura é dada após a administração do número de doses preconizado pelo esquema terapêutico, dentro do prazo recomendado.

O tratamento da hanseníase é ambulatorial, utilizando os esquemas terapêuticos padroniza­dos. E, está disponível em todas as unidades públicas de saúde.

A poliquimioterapia mata o bacilo e evita a evolução da doença, levando à cura. O bacilo morto é incapaz de infectar outras pessoas, rompendo a cadeia epidemiológica da doença. Assim sendo, logo no início do tratamento a transmissão da doença é interrompida e, se realizado de forma completa e correta, garante a cura da doença.

Vacinação

Se o paciente apresenta lesões suspeitas de hanseníase, deve ser encaminhado para consulta médica e se não estiver com a doença, deve ser orientado e encaminhado para aplicação da vacina BCG (bacilo de Calmette-Guërin). A vacina deve ser aplicada nos familiares ou pessoas que possuem contato intradomiciliares, sem presença de sinais e sintomas de hanseníase no momento da avaliação.

A aplicação da vacina depende da história vacinal e segue os seguintes critérios:

  • Na ausência de cicatriz ou na presença de uma cicatriz, faz-se uma dose de BCG.
  • Na existência de duas cicatrizes, não aplicar BCG.

Atenção: a BCG não é uma vacina específica para esta doença e deve ser aplicada prioritariamente aos contatos intradomiciliares.

Observação: considera-se contato intradomiciliar toda e qualquer pessoa que resi­da ou tenha residido com o doente de hanseníase, nos últimos 5 anos.

Precaução

O ambiente domiciliar é apontado como impor­tante espaço de transmissão da doença, sendo a investigação epidemiológica nesse espaço fundamental na descoberta de casos entre aqueles que convivem ou conviveram com o doente como estratégia para a redução da carga da doença.

Fonte: Portal de Saúde do Governo Federal.