Morador de Pescaria Brava é pego de surpresa ao receber uma carta do Papa Francisco

Por uma noite inteira, Murilo Medeiros, morador da cidade de Pescaria Brava, no Sul de Santa Catarina, escreveu à mão uma carta endereçada ao Papa Francisco. O jovem de 22 anos não tinha pretensões, queria contar sobre a vida, a fé e a devoção. Na manhã seguinte, teria a oportunidade de estar perto da santidade na Jornada Mundial da Juventude, ocorrida em julho de 2013.

Um ano e meio se passou desde a entrega da correspondência. Já sem esperanças, a resposta chegou, como presente de Natal.

Medeiros lê e relê o texto, com trechos do próprio papa. Um símbolo que o faz se sentir mais próximo daquele que considera um "pai a lhe mostrar o caminho":

– O papa representa não só o centro da nossa igreja, mas o sucessor de Pedro, que anima os fiéis. Uma pessoa humilde e simples.

A carta foi entregue ao sumo-pontífice no dia 27 de julho de 2013, por um representante indígena que também presenteou a santidade com um cocar e mais alguns documentos, no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Medeiros é jornalista e coordenador do setor de juventude da Diocese de Tubarão. Estava a trabalho como voluntário. Sabia que estaria muito perto da santidade e resolveu escrever a carta. O papa a recebeu e depois a entregou ao assessor, enquanto colocava o cocar recebido na cabeça.

– Passei a noite escrevendo. Estava trabalhando na jornada, tinha feito meu TCC sobre a igreja, aquele momento era muito importante e aquilo tudo me envolveu. Escrevi sobre a história da minha vida e ele me respondeu me dando a benção apostólica. Senti a humildade e a presença dele. Foi um grande presente – disse. 

Primeira carta do papa voltou

A resposta do bispo de Roma foi e voltou, levando mais de um ano até chegar às mãos do remetente. Por morar em Pescaria Brava, Medeiros não recebeu o aviso da correspondência que chegara na agência dos Correios em Laguna. Sem sucesso na entrega, o envelope contendo a assinatura do papa voltou ao Vaticano. Mais uma vez a carta foi reenviada, mas, dessa vez, pelas vias da igreja. No último dia 26 dezembro, finalmente chegou às mãos do jovem.

– Quando fui buscar, me disseram que deveria ser algo bem importante, que só bispos recebem correspondência desse tipo – lembra. 

Medeiros ainda curte o momento. A notícia repercutiu na cidade onde mora e tem recebido reconhecimento das pessoas. A carta será emoldurada e colocada em um local de destaque em casa.

Fonte: site www.clicrbs.com.br